Década de 1949 - 1979
Foi criado em 1949 o grupo Filhos de Gandhy, que vem com a ideia de ser constituído exclusivamente por homens e inspirados nos princípios de não-violência e paz de Mahatma Gandhi e traz no grupo o ritmo “Ijexá”. O bloco traz a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nas suas canções de ijexá na língua Iourubá. Utilizaram lençóis e talhas brancas na sua vestimenta para simbolizar as vestes indianas. Outros grupos seriam importantes para a propagação da cultura-africana no Carnaval da Bahia, como o Ilê Ayê (1974), Olodum e diversos outros blocos-afros.
O que antes reinava no carnaval eram as marchinhas, frevos, tocadas por charangas, bandas de sopro, antes tendo parte do público em clubes privados e logo depois de toda essa revolução com todos na rua, tendo sido desfeita essa separação, ou apenas aparentemente, pois o que se vê ainda hoje são diversas festa privadas dentro do carnaval.
Década de 1980 - 1998
Em 1980, após o sucesso de diversos trios-elétricos que já marcavam a música e festa no carnaval baiano, como o Top 69, Tapajós, Marajós, Garrafão, Saborosa, Tiete Vips, Chucks, Novos Bárbaros, e principalmente o pioneiros Armandinho, Dodô & Osmar, o músico baiano Luiz Caldas, considerado hoje o “Pai do Axé”, lança com sua composição ao lado de Paulinho Camafeu: o “Fricote”. Essa música mudou totalmente o cenário na música baiana e até no Brasil, pois criou-se a partir daí o ritmo “Axé Music”, onde teve seu nome dado por um repórter com a intenção de ironizar o potencial do ritmo que ia surgindo ali na Bahia.
Diversas bandas, cantores e artistas tiveram importância nessa época, como a Banda Mel, Sarajane, Cheiro de Amor, Asa de Águia, Chiclete com Banana, Banda Reflexus, Banda Eva, etc. Outro fator importante dessa época foi a criação do ritmo “Samba-Reggae” por Neguinho do Samba, criador do Olodum (1979), grupo de imensa importância em tal gênero, assim como o Timbalada, criado por Carlinhos Brown em 1991. Mas o Samba-Reggae só ganhou fama nacional em 1992, a partir da música “Canto da Cidade”, da cantora Daniel Mercury, considerada a “Rainha do Axé”.
Década de 1999 - 2014
Ainda sendo parte do movimento do Axé, entre 1990 e 2000, mais um ritmo surge na Bahia: o “Pagode Baiano”, ou “Swingueira” e “Quebradeira” e seus principais percursores foram Harmonia do Samba, É o Tchana, Companhia do Pagode, Terra Samba e Gang do Samba. Já nos anos 2000 em diante, apareceram os grupos Psirico, Parangolé, Pagodart e atualmente Igor Kannário.
O “Arrocha” é outro estilo musical originário da Bahia, onde teve início em 2001, na cidade de Candeias. Tem muito em comum com o ritmo brega, característico de sons de teclado e batidas eletrônicas, onde seu sucesso se destaca nas regiões Nordeste e Norte. Entre nomes que ajudaram a difundi-lo nacionalmente, estão: Silvanno Salles, Asas Livres, Pablo, Tayrone Cigano, Nara Costta e Tatal Matos.
Em 2013, foi criado o “Afródromo”, dedicado exclusivamente aos blocos afros e afoxés. Sua estreia foi em 2014, no mesmo ano que foi criado o “Furdunço”, que visa trazer a cultura dos antigos carnavais de volta, com os mini-trios e bandas de sopro, propagando um carnaval “sem cordas”, ou seja, sem a interferência do capital na diversão dos foliões.
Atualmente
Atualmente, entres os principais artistas do Carnaval da Bahia estão alguns nomes, como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Bell Marques, Armandinho e Trio-Elétrico Dodô & Osmar, Asa de Águia, Saulo Fernandes, Psirico, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Olodum, Filhos de Gandhy e Timbalada.
O Carnaval se organiza com um começo seis dias antes da quarta-feira de cinzas ou numa noite de quinta-feira. Contem 7 circuitos e 12 bairros soteropolitanos recheados de apresentações musicais, desfiles de blocos carnavalescos,assim como atualmente há espaço para bailinhos, rock e reggae. Os foliões festejam em três principais circuitos: Dodô (Barra/Ondina), Batatinha (Centro Histórico) e Osmar (Campo Grande/Avenida Sete).
Texto: Fred Neto
Fotos: Allan Carter












